Barrada no plenário da Câmara a denúncia pelo crime de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer, o governo planeja retomar a agenda de reformas. A prioridade permanece na reforma previdenciária, conforme afirmou o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) ao G1. A simplificação tributária e alterações na legislação eleitoral também estão no radar do Palácio do Planalto, mas o chefe da Casa Civil classifica a reforma da Previdência como prioridade “A” do governo. “As contas do Brasil não podem cair no descontrole absoluto. Temos que retomar e concluir a reforma da Previdência”, afirmou. Apesar do discurso pró-reformas, a principal preocupação no governo, segundo apurou o G1, é motivada pela possibilidade de a Procuradoria Geral da República apresentar uma nova denúncia contra o presidente. A acusação, mais uma vez, atrasaria o calendário de votações. A segunda denúncia também se basearia em fatos descritos na delação dos donos e executivos do grupo J&F, que controla o frigorífico JBS. Em junho, Temer foi denunciado pelo crime de corrupção passiva. Para que o Supremo Tribunal Federal (STF) analisasse a acusação, era preciso o aval da Câmara. Nesta quarta-feira (2), o plenário decidiu barrar o encaminhado da denúncia à Corte, deixando o caso parado até o final do mandato do peemedebista, em dezembro de 2018. A possível segunda denúncia pode reunir os crimes de obstrução da Justiça e organização criminosa. A previsão é que seja finalizada e apresentada no STF até setembro, quando termina o mandato do atual procurador-geral Rodrigo Janot.
Reforma da Previdência
O governo pretende na próxima semana retomar as articulações dareforma da Previdência. Entre os principais pontos da proposta estão a idade mínima para aposentadoria pelo INSS de 65 anos para homens e de 62 anos para mulheres, além da exigência de pelo menos 25 anos de tempo de contribuição. O projeto estabelece regra de transição para quem já está no mercado de trabalho. Em maio, após mais de 9 horas de sessão, o governo conseguiu aprovar o texto da reforma na comissão especial instalada na Câmara para discutir o tema. Contudo, a tramitação congelou com a divulgação da delação da JBS. A partir de junho, com a denúncia contra Temer, o governo priorizou as articulações para congelar a acusação. Até meados de maio, o governo trabalhava nos mapas para a votação das mudanças previdenciárias em dois turnos no plenário da Câmara – a aprovação exige o apoio de, ao menos, 308 deputados nas duas votações. A intenção é retomar os mapas a partir destes levantamentos, cruzando os dados com o placar da votação da denúncia, de acordo com Eliseu Padilha.
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