“NÃO CONVENCEU”, DIZ FILHO DE PEDRINHO VALADARES SOBRE RELATÓRIO DA FAB

A família de Pedro Almeida Valadares Neto, conhecido como Pedrinho Valadares, lamentou a falta de uma reconstituição no simulador de voo igual a aeronave que caiu em agosto de 2014 e matou o ex-deputado federal por Sergipe. Pedrinho era assessor do então candidato à presidência da República, Eduardo Campos, que também morreu no acidente que vitimou sete pessoas no total.

Oficiais do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira (FAB) divulgaram na terça-feira (19) o relatório final da investigação do acidente aéreo. Sem identificar um único motivo que causou a queda do avião, o Cenipa apontou quatro fatores que contribuíram para a queda do avião: a atitude dos pilotos, as condições meteorológicas adversas, a desorientação espacial e a indisciplina de voo.

Segundo o estudo, também há fatores que podem ter contribuído, mas que não ficaram comprovados, como é o caso de uma eventual fadiga da tripulação, alta velocidade e curva acentuada, treinamento específico e experiência – conforme aponta o relatório.

“Esse relatório do Cenipa não me convenceu. Como eles passam um ano investigando e entregam dessa forma, incompleto? Para qualquer tipo de investigação é necessário fazer a simulação para entender como foram as circunstâncias do momento do acidente. Não entendi o que aconteceu porque os técnicos se programaram por uma semana para fazer esse teste e depois não foi autorizado”, disse Rodrigo Valadares, filho mais velho de Pedrinho.

Para a família, a possibilidade de falha no projeto da aeronave precisa ser verificada. “Estamos bastante convencidos que existe uma falha no projeto já que não foi o primeiro acidente envolvendo esse tipo de aeronave no Brasil e no mundo. A gente está aguardando com muita esperança a investigação da Polícia Federal, acreditamos que ela vai trazer um relatório mais completo e mais corajoso, pois tem que ter muita coragem para não colocar a culpa somente nos pilotos que não estão aqui para se defender”, revelou Rodrigo.

Relatório da FAB

Após a apresentação do relatório, o advogado que representa as famílias do piloto e do copiloto, Josmeyr Oliveira, afirmou ao G1 por telefone que os parentes ficaram “inconformados” com a análise do Cenipa. Para o advogado, o documento deposita toda a culpa pela tragédia sobre os pilotos e não avança sobre possíveis falhas da própria aeronave.

“Um ponto diferencial do relatório seria realizar um simulador de voo nas mesmas condições daquele dia, pegando a perspectiva das aeronaves. A resposta que o Cenipa nos deu é que tentaram [simular], mas a empresa contratada pelo fabricante não permitiu em razão da investigação em curso da Polícia Federal”, declarou Oliveira. Segundo ele, o simulador poderia confirmar as conclusões obtidas pelo relatório do Cenipa ou apresentar outros cenários, menos relacionados à conduta dos tripulantes.

Na noite de terça-feira (19), após a divulgação do Cenipa, a família do ex-governador Eduardo Campos também lamentou a falta de um teste com o simulador de voo.

“Existe ainda uma investigação paralela realizada pela família do piloto que também estamos acompanhando. Passamos um tempo ainda em choque sem poder ir atrás de esclarecimentos, mas agora vamos até o final para saber o que aconteceu. Me parece forçar a barra com uma análise só de documentação, os pilotos eram experientes e sabiam conduzir aquele e outros tipos de aviões, eles sabiam o que estavam fazendo”, finalizou.

Fonte: G1/SE

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