1,2 MIL ÓBITOS POR AIDS EM SERGIPE! LAGARTO FIGURA ENTRE OS MUNICÍPIOS COM MAIOR NÚMERO DE CASOS

Sergipe tem 4.858 casos notificados de Aids com 1.262 óbitos. Desse total, 4.751 casos são adultos e 107 são crianças. Os dados são do Programa Estadual de DST/Aids da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Em Sergipe, a faixa etária mais atingida é de 30 a 39 anos, sendo na sua maioria, mulheres casadas.

“Novos comportamentos sexuais chamam atenção: 50% dos jovens não usam o preservativo nas relações sexuais ocasionais. Muitas pessoas ainda acham que “sexo arriscado é mais prazeroso”. Ficamos preocupados porque ainda existem movimentos que estimulam as práticas de risco, fazendo apologia ao não uso do preservativo durante o sexo anal ou vaginal”, explica o médico sanitarista Almir Santana, gerente do Programa Estadual de DST/Aids.

Em Sergipe, os municípios com maior número de casos notificados são: Aracaju (2.011 casos), Nossa Senhora do Socorro (462), Itabaiana (233), Estância (188), São Cristóvão (167), Lagarto (149) e Propriá (143).

Luta e tabu

“Já comprei ‘várias brigas’ para encarar a Aids em Sergipe. Lutei para que famílias aceitassem e ajudassem seus entes acometidos pela doença, para vencer a incompreensão e os obstáculos. A luta pela causa da Aids sempre foi um grande desafio. Vencemos com os trabalhos educativos permanentes, com o envolvimento das organizações não governamentais, com o apoio de gestores estaduais e federais, estaduais e municipais, com a participação de voluntários e até da imprensa. O êxito é conjunto”, afirma Almir Santana.

Ainda segundo o médico, “a Aids provocou muitas mortes e várias transformações na área de saúde e na sociedade. Foi a primeira doença a mobilizar as próprias pessoas acometidas, que passaram a lutar pelos seus direitos aos exames, aos tratamentos específicos e, acima de tudo, ao respeito. A luta não foi só das pessoas que tinham o HIV. Surgiram profissionais da área da saúde e na sociedade em geral, que passaram a abraçar a causa”.

Avanços

Redução da mortalidade pela Aids, fácil acesso aos preservativos, acesso gratuito aos medicamentos antirretrovirais, testes rápidos em todos os municípios de Sergipe; campanhas de prevenção criativas e específicas; ações de solidariedade dirigida às crianças soropositivas e expostas; doação de cestas básicas para pessoas vivendo com HIV /Aids; apoio às organizações da sociedade civil, descentralização de recursos financeiros para 19 municípios de Sergipe; apoio e repasse de materiais educativos para os municípios; capacitação de profissionais de saúde e educação; e são alguns dos inúmeros avanços da temática em Sergipe.

“Desde o ano de 1996, com o desenvolvimento dos antirretrovirais, a doença inicialmente considerada mortal passou a ser uma enfermidade crônica. Hoje, o tratamento já é considerado também uma forma de prevenção além da camisinha. A qualidade de vida de quem vive com HIV/Aids melhorou e as atitudes de discriminação diminuíram consideravelmente. Mas a batalha não para e temos muito o que fazer ainda”, destaca Almir Santana.

Além da Unidade Móvel Fique Sabendo, que percorre as localidades levando a testagem rápida da doença, existem sete Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) em Sergipe. Aracaju conta com o Centro de Especialidades Médicas, que é referência no atendimento e na dispensação da medicação.

O Ministério da Saúde lançou recentemente a Prevenção Combinada onde, além da camisinha, outras medidas ajudam a reduzir o risco de transmissão do HIV: o tratamento como prevenção (o uso de medicamentos antirretrovirais faz com que as pessoas vivendo com HIV/Aids alcancem a chamada “carga viral indetectável”) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), com o uso medicação antirretroviral nas primeiras horas após qualquer situação em que exista o risco de transmissão do HIV.

“A SES dá assistência às pessoas com HIV/Aids internadas no Huse, assistência às gestantes soropositivas atendidas na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, além de realizar ações de Vigilância Epidemiológica, ampliação da oferta dos testes rápidos através de mobilizações junto às populações mais vulneráveis”, complementa Almir Santana.

Ainda de acordo com Almir Santana, “uma das dificuldades ainda é a falta de um processo contínuo de prevenção dirigido aos segmentos mais vulneráveis como jovens gays, profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens. Ainda existem deficiências na cobertura e a qualidade do pré-natal, o que está contribuindo para o nascimento de crianças com o HIV. No pré-natal, por exemplo, o diagnóstico do HIV ainda está sendo feito tardiamente, apesar do teste rápido estar sendo disponível na rede pública”.

No mundo

Mais de 36,9 milhões de pessoas vivem com a doença no mundo e 734 mil no Brasil, segundo dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). Em todo o mundo, a forma de transmissão entre os maiores de 13 anos de idade ainda é a sexual, pelo não uso da camisinha. Para se ter uma ideia, 417 mil pessoas usam os medicamentos antirretrovirais, 167 mil sabem que possuem a doença, mas não se tratam e 150 mil pessoas possuem o HIV e não sabem

Informações: Jornal da Cidade

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