A causa da indisposição que levou Paulinha Abelha a ser internada no dia 11 de fevereiro com um quadro de insuficiência renal, que se desdobrou em um problema sistêmico e a levou à morte na quarta-feira (23), apenas 12 dias depois, continuará sendo investigado pelos médicos do Hospital Primavera, em Aracaju. Alguns resultados ainda estão sendo esperados para se fechar um diagnóstico, mas a existência de um comprometimento renal anterior pelo uso abusivo de remédios e chás para emagrecer, além de diuréticos, está no topo da lista. Paulinha teve dois velórios, um em Aracaju e outro em sua cidade natal, Simão Dias, onde foi enterrada na última sexta-feira (25).
Segundo fontes próximas à equipe, os médicos ficaram muito impressionados com a rapidez com que o quadro de saúde da cantora da banda Calcinha Preta foi piorando. “Eles disseram que nunca viram nada igual”, contou um funcionário do hospital, que acompanhou o esforço dos médicos para manter a cantora viva. “A situação dela é um dia de cada vez. Nosso interesse é mantê-la viva, e não tem sido uma missão fácil. O nosso compromisso é de manutenção da vida”, disse o neurologista Marcos Aurélio Alves na coletiva concedida na véspera da morte de Paulinha.
A vocalista da banda de forró foi internada com enjoo, vômito e dor na hora de urinar. O quadro foi tratado como problema renal. Depois ela teve uma inflamação no fígado que, posteriormente, atingiu a membrana que reveste o cérebro, o que é denominado pelos médicos como encefalite. Isso a levou a um estado de coma grau 3 na escala de Glasgow, o que significa quadro neurológico grave. Paulinha teve que fazer diálise para filtrar o sangue e eliminar toxinas do organismo. Segundo nota do hospital, ela morreu “em decorrência de um quadro de comprometimento multissistêmico”.
Paula de Menezes Nascimento Leça Viana, mais conhecida como Paulinha Abelha, está no Calcinha Preta desde 1998, quando entrou por indicação de Daniel Diau, cantor que havia ingressado recentemente na banda. Nascida em Simão Dias, pequena cidade de pouco mais de 40 mil habitantes do interior de Sergipe, ela começou a cantar aos 12 anos em trios elétricos. Ainda jovem, fez parte das bandas Flor de Mel e Panela de Barro, mas precisou interromper a carreira por dificuldades financeiras. (IG)
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