É difícil avaliar um definição para a sucessão estadual em Sergipe. Não está problemática, em razão do destino que cada legenda pode escolher, mas está tumultuada para a solidez com que as alianças pareciam preservar. De repente, ninguém sabe mais de que lado um e outro aliados estão. Talvez tudo isso faça parte da democracia, mas não integra o que cada uma legenda deseja para ela e seus líderes.
Ontem em Brasília, uma surpresa: o senador Valadares e o deputado federal Valadares Filho (ambos do PSB) tiveram um encontro no Senado com o senador Eduardo Amorim (PSC) e Edvan Amorim. Não foi uma conversa rápida e nem definiu nada, mas foi o início de um diálogo que há três meses parecia impossível. A política tem esse dom de unir soluções heterogêneas e, mais que de repente, diluir posições anteriormente fixas.
No encontro de ontem, os quatro discutiram a situação política de Sergipe, as eleições estaduais e, principalmente, o pleito ao Governo do Estado. Aparentemente, o senador Valadares demonstra que o seu partido, o PSB, está se desligando da aliança que apóia o governador Jackson Barreto à reeleição. Antes não era essa a vontade da legenda, mais hoje é unanimidade.
É que, no momento atual, o PSB está se considerando rejeitado.
Na realidade, os socialistas em Sergipe ficaram sem grande opção. Queriam um lugar na chapa majoritária, mas de repente não viram espaço, porque o Senado está certo para o PT e a vice vem sendo guardada para uma possível aliança com o DEM. O PSB também foi acossado pela direção Nacional, que passou a orientar pela rejeição de qualquer composição com o PT, para não dividir votos de Eduardo Campos com Dilma Rousseff.
A conversa com os Amorins, não teve o tom de apoio, mas o tratamento foi cordial, ameno e as portas ficaram abertas para novos encontros, o que deve acontecer ainda esta semana. O objetivo é avançar no entrosamento, prevendo compromissos futuros, que podem mudar a trama do jogo. Se houve algum convite para aliança não foi divulgado, mas é difícil crer que num encontro do tipo, não se tenha falado em coligação e até em um lugar privilegiado na chapa majoritária.
Ontem também houve uma reunião – em Aracaju – entre as legendas que defendem João Alves Filho (DEM) como candidato a governador. Aconteceu pela primeira vez. Partidos como o próprio DEM, PPS, PSDB, PMN admitiram que o bloco só conseguirá ficar forte no Estado, caso tenha bons nomes para disputar Governo e Senado, porque elegeria maior número de deputados estadual e federal.
O grupo vai se reunir mais vezes, para que o prefeito João Alves Filho (DEM) se manifeste ou sinalize que poderá deixar ou não a Prefeitura de Aracaju para tentar o Governo do Estado. O seus aliados se baseiam nas pesquisas de opinião pública já realizadas, em que João não perdeu em nenhuma, mesmo não se declarando candidato e evitando fala sobre o assunto.
A conversa do PSB com o PSC faz parte do anúncio feito pelo senador Valadares, de que iria conversar com todos os segmentos políticos do Estado. Já esteve com o PSDB, através do vice-prefeito José Carlos Machado, e agora com os irmãos Amorins, para analisar como deve ficar nas próximas eleições estaduais. A direção nacional socialista quer um palanque bem nutrido em Sergipe, além de indicar o senador Valadares a governador. O palanque está certo, mas a candidatura não.
Toda essa movimentação demonstra que as eleições de outubro têm apenas dois candidatos definidos ao Governo – Jackson Barreto e Eduardo Amorim – mas em termos de alianças estão tumultuadas e se torno em uma geléia geral composta por legendas, que fazem uma dança sombrias.
Até abril pode ter uma definição, mas uma coisa é certa: tudo vai depender do que pensa as executivas nacionais, que vão determinar as composições estaduais. Quem não seguir régua e compasso da orientação de cima, pode sofrer intervenção imediata.
Anotem isso!
Fonte: Jornalista Diógenes Brayner
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- 19 fev 2014
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