DIÓGENES BRAYNER: A HIPOCRISIA DO ‘FELIZ NATAL’

Mais uma vez é Natal. E se expõe a insistência de desejos de felicidade, paz, união e boa vontade. Período de se dá e receber presentes, principalmente a quem nunca os teve. Alimentos aos mais necessitados e a sensação de que, pelo menos por alguns instantes, todos são iguais. Às vezes parece-me hipocrisia. Mas não custa nada ser hipócrita pelo menos uma vez ao ano. Pode até fazer bem essa sensação de se unir ao próximo, repetindo bondades cristãs efêmeras.

Lógico, como todos os anos, que o Natal também é uma demonstração clara das diferenças sociais. Basta comparar as ceias. Uma parte farta, a outra o normal e os demais entre apenas um ‘quase nada’ e a ausência total do que comer e brindar. As noites de Natal não são lá muito diferentes do que acontece no dia-a-dia, apesar desse clima de falsa confraternização. Mas não dá para se queixar, quando se vive em momento de prazer, com a fantasia do Papai Noel e da rápida sensação de paz.

O Natal deste ano, em especial, teve um ar de tristeza em várias circunstâncias. A crise que vive o País e a decepção ao ver a roubalheira de parte dos políticos – inclusive dos que se arvoram estar ao lado dos pobres – que desviou o dinheiro que, se fosse utilizado em benefício do povo, promoveria a real redução da pobreza e o crescimento de uma economia que despencou e ‘feriu’ a maioria dos brasileiros.

Mas houve uma alegria: as prisões de grandalhões da República. Um ex-presidente condenado, um presidente que foi denunciado, mas protegido; deputados e senadores respondendo a processos, perdas de mandatos, além de altos empresários por trás das grades. O País deu sinais de que entraria nos trilhos da legalidade, mas recuou por culpa daqueles que têm poder de julgar e soltar.

Infelizmente foi assim. Um Natal com retrocesso, que abala o humor das famílias, mas não as intimida para a luta, através da força das mãos que vão teclar as urnas por mudanças, derrotando os cínicos e corruptos.

Por: Diógenes Brayner/Imagem: Youtube

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