O Banco Central apresentou uma proposta para limitar o parcelamento sem juros no cartão de crédito a 12 vezes, durante reunião do grupo de trabalho que discutiu o tema na última segunda-feira (16). Atualmente, não há um limite estabelecido para o parcelamento sem juros, e o número de parcelas varia conforme o emissor do cartão, seja banco ou fintech. Os participantes devem se reunir novamente no início de novembro para discutir esses cenários.
Segundo o apurado pela CNN Brasil, a reação dos presentes foi mista, variando desde reações contundentemente contrárias à proposta a outros participantes que não demonstraram contrariedade.
Durante a reunião, o BC recomendou a elaboração de projeções sobre o impacto da medida em toda a cadeia, desde emissores e processadores de pagamentos até as empresas que aceitam cartões como forma de pagamento.
No começo do mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou o teto dos juros rotativos do cartão de crédito. As duas propostas já tinham sido aprovadas pela Câmara e Senado.
O atual cenário financeiro no Brasil tem sido marcado por taxas de juros elevadas, particularmente no que diz respeito aos juros rotativos do cartão de crédito. Atualmente, a taxa média anual desses juros atinge a marca de 445,7% . Esses juros rotativos são ativados quando o cliente não quita o valor total de sua fatura e opta por transferir a dívida para o mês seguinte.
“O parcelado sem juros responde hoje por mais de 70% das compras feitas no comércio. Temos que ter muito cuidado para não afetar as compras do comércio e não gerar outro problema para resolver o primeiro”, afirmou Haddad na época.
“Nós herdamos uma taxa de juros absurda do rotativo e vamos ter que equacionar [essa questão], mas [a solução] não passa por prejudicar o consumidor que está pagando as contas em dia.”
Sugerido pelos bancos para reduzir as taxas de juros do rotativo do cartão de crédito, o fim das compras parceladas sem juros opõe as instituições financeiras e o comércio. Haddad, no entanto, declarou que os bancos precisam apresentar dados que justifiquem a necessidade de restringir o parcelamento, o que ainda não foi feito. (Bruna Correia)
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