AGRICULTORES PERDERÃO 70% DA PRODUÇÃO POR FALTA DE CHUVAS EM SERGIPE

A falta de chuvas causou enormes prejuízos aos agricultores do estado de Sergipe. A expectativa é que haja uma perda de 70% da produção em decorrência da insuficiência das chuvas no inverno deste ano.

Produtores rurais se reuniram na segunda-feira (08) na New Holland, em Itabaiana, para alertarem às autoridades públicas e agentes financeiros e a sociedade em geral sobre a situação.

A reunião contou com a presença do Deputado Estadual Georgeo Passos, o ex-deputado Luciano Bispo, o secretário de Agricultura, Esmeraldo Leal, o Secretário de Meio Ambiente, Olivier Chagas, o superintende do Banco do Brasil, o gerente do Banco do Nordeste de Itabaiana, representante da Defesa Civil, representantes dos Senadores, dentre outras autoridades.

De acordo com o agropecuarista e advogado, José Luiz Melo, um dos idealizadores da reunião, essa é a maior seca em décadas e chega a superar a estiagem registrada em 2012. Segundo ele, a expectativa é 70% da produção seja prejudicada, e apenas a região centro-sul deve ter menores prejuízos.

O agricultor Uriel Menezes comenta que com as poucas chuvas não será possível colher o grão do milho e com isso para minimizar os prejuízos é necessário realizar a silagem para o gado, a fim de garantir a sobrevivência do rebanho e a renda do produtor, amenizando os nefastos impactos da estiagem sobre a agropecuária, indústria, comércio e arrecadação. Ele é morador de Itabaiana e possui plantações em Ribeirópolis e Feira Nova.

Nos últimos 15 anos, a cadeia produtora de milho tem se consolidado em Sergipe, à base de maciços investimentos em tecnologia, muito trabalho, arrojado espírito empreendedor e adequada concessão de crédito agrícola. Na última safra, o estado foi reconhecido nacionalmente como um dos mais produtivos do Brasil, considerada a área plantada, mesmo no semiárido nordestino, uma das mais difíceis regiões do mundo para a agricultura.

Atualmente, milhares de pessoas dependem, direta ou indiretamente, da saúde econômica dessa cadeia. Não somente os agricultores e suas famílias, mas os pecuaristas, granjeiros, confinadores, industriais, comerciantes e trabalhadores do campo e dos setores urbanos correlacionados.

Mas, os benefícios não se resumem a esse círculo virtuoso em torno da produção, pois contemplam a própria sociedade em geral, em função da pujança econômica do setor, a movimentar a roda da economia e, com isso, incrementar o emprego, a renda e a circulação de bens e serviços, aumentando a arrecadação e, portanto, potencializando melhorias para áreas críticas como saúde, educação e segurança pública para todos os cidadãos.

Entretanto, o fenômeno climático El Niño, ocasionado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico equatorial, um dos mais fortes de que se tem notícia, segundo agências climáticas nacionais e internacionais, gerou altíssimas temperaturas no verão, seguidas de atraso nas chuvas, sua má distribuição, baixíssimo volume e curta duração.

As agências governamentais e serviços de meteorologia apontam os índices pluviométricos mais baixos em décadas e confirmam, cientificamente, o que o homem do campo está a ver no seu duro dia a dia: um triste e desesperador quadro de calamidade pública que irá se agravar se nada for feito.

De fato, há pouca ou nenhuma água represada nos tanques, aguadas e açudes. Até zonas mais litorâneas estranham a escassez das chuvas. Boa parte do rebanho mal se recuperou do forte verão. E a safra de milho, já abalada pelo plantio atrasado e pelas prolongadas estiagens dentro do ciclo da lavoura, se perde em velocidade e intensidade nunca vistas.

A forte presença do milho na atividade econômica sergipana, a alta geral do preço, que será ainda maior em razão da quebra da safra, e a dependência social do produto, reclamam a mais detida atenção e pronta atuação das autoridades e agentes financeiros. Estão em jogo a renda do produtor, sua capacidade de pagamento de compromissos financeiros e a preservação do emprego dos trabalhadores.

Neste ano milhões de toneladas de lavoura rapidamente secaram e apodrecem nos campos enquanto aguardam definições relacionadas aos trâmites do Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária).

A quebra da safra pelo clima, seguida do desperdício da massa verde por falta de rapidez nos trâmites para liberação do seguro – um direito pago pelo produtor – será mais que algo pernicioso para a economia e desesperador para o homem do campo.

Diante da situação a classe produtora CLAMA por algumas medidas:

 1) NECESSÁRIA decretação do estado de emergência nos municípios atingidos;

 2) EMERGENTE agilização dos trâmites para concessão do Proagro, com imediata liberação das lavouras para silagem, em regime de força-tarefa de técnicos credenciados, atuando por amostragem com base em dados pluviométricos;

3) PRUDENTE aprovisionamento de recursos públicos para subsidiar a aquisição de silagem pelos pequenos e médios produtores, durante o verão 2016/2017;

4) URGENTE atuação política em busca de providências para rebate e alongamento de prazos da dívida agrícola, a exemplo do que foi recentemente obtido por produtores de outras regiões por meio da Medida Provisória nº 733, de 14 de junho de 2016.

Fonte: Aparecido Santana/Itnet

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