O tédio causado pela quarentena resultou no retorno de um aplicativo que fez bastante sucesso em 2019, o FaceApp. Ele, além de ser um editor de imagens, tem algumas ferramentas que permite que o usuário troque de gênero e envelheça, por exemplo. É só entrar em qualquer rede social, em especial, no Instagram, para ver que uma quantidade assustadora de pessoas se rendeu aos encantos do App, que traz riscos não tão encantadores assim.
Luiz Augusto D’Urso, advogado e professor especialista em Direito Digital e Cibercrimes, alerta que o aplicativo está envolvido em vários escândalos pelo mundo de obtenção indevida de dados pessoais dentro dele. “Quando você instala, utiliza e aceita seus termos de uso, autoriza esse App a coletar e utilizar muita informação sigilosa e pessoal, como sua foto, analisar seus dados de navegação, colher diversas informações do seu celular, dentre outras cláusulas extremamente abusivas. O FBI investiga tal aplicativo e o próprio PROCON já notificou o App no final do ano passado. Não voltem a utilizá-lo”, alerta o especialista.
Por ora, apesar das polêmicas, o que aparentemente o aplicativo faz é o que muitos outros fazem: colhe dados pessoais dos usuários. E o que isso significa na prática? Bom, há desde os Apps conhecidos como “espiões”, que podem repassar suas informações a terceiros assim que instalados, até aqueles que, menos perigosos, roubam dados através de permissões invasivas e internas que damos a eles (como quando autorizamos que tenham acesso à câmera do celular, por exemplo), mas sem compartilhá-los com terceiros. Neste caso, as informações servem para beneficiar o aplicativo e as pessoas por trás dele, que podem lucrar com o levantamento.
Na dúvida, é melhor não usar. Se tiver se rendido à brincadeira e usado, não se desespere e envie um e-mail para o suporte do aplicativo para que seus dados sejam apagados do sistema o quanto antes. Pode ser um processo demorado, mas que vale a iniciativa. (Capricho)
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