A Polícia Federal deflagrou uma operação na manhã desta quinta-feira para desarticular uma quadrilha especializada em falsificar bilhetes de loteria premiados. Em um ano de investigação, a PF identificou prejuízos de pelo menos R$ 60 milhões.
Estão sendo cumpridos 54 mandados judiciais: cinco de prisão preventiva, oito de prisão temporária, 22 de condução coercitiva e 19 de busca e apreensão em Goiás, na Bahia, em São Paulo, Sergipe, Paraná e no Distrito Federal.
Um dos mandados de busca está ocorrendo na casa de um ex-jogador da seleção brasileira de futebol, cujo nome não foi divulgado.
O esquema contava com a participação de clientes e gerentes da Caixa Econômica Federal, banco alvo da quadrilha. Os criminosos mapeavam quais premiações não foram pagas aos verdadeiros ganhadores, que não foram sacá-los.
Esses valores, não retirados, abastecem o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). Só no ano passado, ganhadores de loterias deixaram de resgatar R$ 270,5 milhões da Mega-Sena, Loteca, Lotofácil, Lotogol, Quina, Lotomania, Dupla-Sena e Timemania.
Correntistas que mantinham grandes quantias no banco cooptavam os gerentes para convencê-los a participar do golpe. Eles tinham que liberar o dinheiro dos prêmios a pessoas indicadas pela quadrilha, que apresentavam o bilhete premiado falso.
Durante a investigação, a PF identificou a atuação de um doleiro no esquema. Ainda de acordo com a Polícia, a organização criminosa praticava outros delitos, como fraude na utilização de financiamentos do BNDES e do Construcard.
A “Operação Desventura”, como foi batizada, contou com informações passadas pelo Setor de Segurança Bancária Nacional da Caixa.
Os suspeitos vão responder por estelionato qualificado, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos públicos e evasão de divisas.
Fonte: Folha de São Paulo
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