O Dicastério para a Doutrina da Fé, órgão doutrinário do Vaticano, publicou no dia 4 de novembro o documento “Mater Populi Fidelis”, que reafirma a doutrina da Igreja Católica segundo a qual “Jesus Cristo é o único Salvador da humanidade”. O texto foi aprovado com o aval do Papa Leão XIV e aborda os limites da devoção a Maria, especialmente quando lhe são atribuídos títulos considerados problemáticos.
No documento, a Igreja reconhece Maria como “Mãe dos Fiéis”, “Mãe Espiritual” e “Mãe de todos os crentes”, valorizando a devoção popular. Porém, desfavorece expressamente títulos como “Corredentora” e “Mediadora de todas as graças”, por entenderem que estes podem gerar equívocos teológicos e amenizar o papel exclusivo de Cristo na redenção. O texto afirma que tais expressões “arriscaram obscuring a única mediação salvífica de Cristo” e, portanto, são consideradas “inadequadas e problemáticas”.
A nota orienta que, embora Maria tenha colaborado na obra da salvação — sobretudo ao dizer “Faça-se” no momento da Anunciação —, ela não participa da redenção da forma que o Cristo realizou: por sua morte e ressurreição. O documento recorda a frase bíblica: “Não há salvação em nenhum outro; não existe sob o céu outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (At 4,12), destacando a centralidade de Jesus como único mediador entre Deus e os homens.
A iniciativa marca um alinhamento teológico e catequético da Igreja com o princípio de que a adoração (“latria”) cabe somente a Cristo, enquanto a veneração de Maria permanece como forma legítima de “hiperdulia” — honra maior que aos santos, mas inferior à adoração devida somente a Deus.
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