Um oleiro amassa penosamente a terra mole e modela vasilhas para o nosso uso.
Do mesmo barro fabrica utensílios destinados a usos nobres como também para usos contrários; o ceramista é quem decide qual desses dois destinos terá cada vasilha.
Depois – esforço mal-empregado! – faz do mesmo barro uma vã divindade, ele, há pouco nascido da terra, e que em breve voltará à terra donde foi tirado, quando será reclamada sua vida a ele emprestada.
Mas não o preocupa a morte próxima, nem a brevidade dos seus dias; rivaliza com os ourives e prateiros e imita os bronzistas, vangloriando-se de fabricar objetos adulterados.
Cinzas, o seu coração; mas vil a terra, a sua esperança; menos que o barro, a sua vida!
Pois desconhece aquele que o formou, que lhe inspirou uma alma ativa e lhe insuflou um espírito de vida!
Mas ele considera nossa vida como diversão, nossa existência como feira lucrativa: “É preciso tirar lucro de tudo, diz ele, mesmo do mal!”
Mais que todos, ele sabe que peca, fabricando, de matéria terrosa, objetos frágeis e ídolos.
Sabedoria – 15 (7,13)
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