CARTÃO REFORMA TEM POTENCIAL PARA GERAR R$ 150 MILHÕES EM MÃO DE OBRA

A liberação de R$ 500 milhões pelo governo federal para a compra de material de construção aos beneficiários do Bolsa Família, por meio do Cartão Reforma, deve movimentar cerca de R$ 150 milhões em contratação de mão de obra, segundo avaliação da Associação dos Comerciantes de Material de Construção da Bahia (Acomac).No total, estão previstos R$ 500 milhões em subsídios para a compra de material de construção em todo o país. A contratação de mão de obra fica a cargo dos beneficiários.“Se no Bolsa Família o beneficiário compra o alimento e consome, com o Cartão Reforma ele vai comprar a tinta e contratar alguém que pinte”, aposta o vice-presidente da Acomac, Alexandre Cohim, que prevê um efeito multiplicador na economia.Cohim disse que nesse momento não é possível avaliar a dimensão do programa na Bahia, porque o governo federal ainda não fez o mapeamento de quanto deve ser investido em cada cidade. “Na Bahia, temos cerca de 7.800 lojas de material de construção, que funcionam como a loja do bairro”, destaca.

O executivo acredita que o programa vai, por tabela, gerar trabalho para pintores, encanadores e pedreiros, por exemplo. “Muitos desses profissionais estão desempregados”, pondera.Integrante do Conselho de Moradores de Canabrava, José Carlos Batista da Silva relativiza a possibilidade de contratação de profissionais. Para ele, muitas pessoas que vão receber o benefício trabalham ou têm prática com as atividades da construção civil e vão fazer o serviço nos finais de semana e em horas de folga.“Quem não souber fazer vai contratar”, afirma Batista, que estima em 32 mil o número de moradores do seu bairro, um dos mais pobres da cidade e onde se localizava o aterro sanitário ao redor do qual se consolidou uma comunidade.

Distribuição de renda

Cohim, que esteve em Brasília para o lançamento do programa, juntamente com outros dois diretores da Acomac, afirma que, independentemente de beneficiar o setor, o Cartão Reforma é um importante instrumento de distribuição de renda para o Brasil. “Continuo acreditando que a melhor forma de se reduzir a desigualdade é a educação. Mas, enquanto isso não acontece, esses programas são uma forma de amenizar o problema”, afirma o executivo.O presidente do Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon), Carlos Henrique Passos, afirma que embora o cartão não tenha relação direta com as incorporadoras, ele avalia a medida de forma positiva. “É extremamente válido, pois torna as moradias mais dignas”. Cohim complementa dizendo que, à medida em que as reformas incluam o sistema sanitário, trazem também melhores condições de saúde para os beneficiários do programa.

O prefeito ACM Neto, que participou do lançamento em Brasília, comentou o programa por meio de nota distribuída à imprensa. “Esse é um programa que alia transferência de renda, melhoria habitacional e geração de emprego”.Desde 2015, a prefeitura de Salvador mantém um programa chamado Viver Melhor, em que os beneficiários recebem R$ 5 mil para efetuar obras de pintura, reboco e revestimento de parede, recuperação ou troca do telhado, substituição de esquadrias e instalações sanitárias. A prefeitura anunciou que até 2020 cerca de 100 mil residências devem ser beneficiadas pelo Viver Melhor.No caso desse programa municipal, o cadastro é feito pela Secretaria Municipal de Promoção Social, Esporte e Combate à Pobreza (Semps). Os moradores escolhem as intervenções que querem para o imóvel, e elas são executadas pela Superintendência de Conservação e Obras Públicas (Sucop) municipal.

Ambos os programas, Cartão Reforma e Viver Melhor, foram inspirados pelo Cheque Reforma, que foi lançado pelo governo do estado de Goiás em 2000.O diretor-executivo da Acomac, Osmar Araújo, considera que o lançamento do programa trouxe empolgação aos lojistas. “Espero que esse seja um reforço para o comércio que começa a sair da crise”, afirma Araújo.

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