HUSE REGISTRA 372 ACIDENTES COM MOTOS NO MÊS DE SETEMBRO

“Foi tudo muito rápido, quando percebi já estava no chão e com uma fratura exposta. Como o meu caso era de urgência fui logo atendido e operado, agora só venho para o retorno que também é feito aqui no hospital. A moto eu não quero nem ver, já coloquei a venda e não passo por outra dessa nunca mais”. Esse foi o depoimento do estudante Cleverton Lima, 26, morador do povoado Rita Cacete, município de São Cristóvão.

Ele se deslocava do povoado para a cidade quando um animal cruzou o caminho e ele tentou desviar caindo e fraturando o fêmur. Bastou esse acidente que já dura cinco meses para o jovem não querer mais andar de moto, um transporte que gostava muito. Mas, assim como Cleverton, milhares de pessoas em Sergipe, sofrem fraturas graves em acidentes motociclísticos e vão parar no Pronto Socorro do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). Para se ter uma ideia, no mês passado (setembro), foram registrados 372 atendimentos a vítimas de acidentes envolvendo motocicletas. Desse total, 116 ficaram internados para observação, cirurgias e tratamento.

Os acidentes motociclísticos, na maioria, causam fraturas em membros superiores e inferiores, afetando ossos como o fêmur, tíbia e rádio. Em boa parte desses casos, as sequelas são definitivas como paraplegias, tetraplegias, deformidades ósseas e amputações. Em outros, o paciente sofre sequela parcial como restrições de movimentos e dores. As principais causas foram as quedas e colisões com outros veículos, além da desobediência às leis e ao não uso dos equipamentos obrigatórios de segurança como o capacete. De acordo com o coordenador do Pronto Socorro do Huse, Vinícius Vilela, é necessário intensificar as campanhas e cobrar mais educação no trânsito.

“A Área Verde Trauma no Pronto Socorro é composta em 80% por vítimas de acidentes motociclísticos. A problemática abrange altos gastos para o tratamento de um paciente, além da necessidade de cirurgias ortopédicas e as sequelas que muitos carregam para a vida toda. Por isso, é preciso alerta e responsabilidade. São muitos os casos de acidentes motociclísticos. Um verdadeiro problema de saúde pública e social. É preciso intensificar e massificar as campanhas educativas e a fiscalização dos órgãos responsáveis”, explicou.

No Huse, um paciente envolvido em acidente de moto que seja submetido a uma cirurgia, por exemplo, fica, em média, 30 dias hospitalizado para sua recuperação. Isso representa um custo hospitalar alto, sem contar no custo social que envolve atendimento pré hospitalar, licença, aposentadoria, entre outros. Eles ficam afastados do trabalho e isso gera um custo social alto porque ficam sem trabalhar durante um bom tempo e recebem seguros, além de custos para o SUS devido a mobilização de equipes, materiais, medicamentos, centro cirúrgico e até mesmo UTIs.

Foi o que aconteceu com José Roberto Feitosa, 52, ele precisou ficar afastado das suas atividades de pedreiro, depois que sua moto foi atingida na traseira por um veículo. “Por sorte eu não fui parar embaixo de um ônibus que passava no local. Foi Deus que me livrou. Hoje estou afastado pelo INSS e fazendo meu retorno aqui no hospital”, disse.

SES

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