ELETRÔNICOS DEVEM FICAR CAROS EM DEZEMBRO

Com a chegada do fim de ano, o consumidor se prepara para novos gastos pelas compras de Natal. Mas, aqueles que pretendem adquirir eletrônicos deverão redobrar a atenção, e até mesmo se apressar para compra-los. Não bastando um câmbio alto influenciando no valor final, os itens agora perderão, a partir de 01 dezembro, um incentivo que os tornarão mais caros. Trata-se da Lei 11.196 – conhecida como “Lei do Bem” –, aprovada em 2005, que oferece isenção total de PIS/Pasep e Cofins para computadores fabricados no Brasil, e que, nos anos seguintes teve expansão para tablets e smartphones. Após medida provisória da Presidência da República, os artigos que autorizavam a desoneração fiscal até 2018 foram revogados. Desta forma, PCs, tablets e smartphones fabricados no país deverão pagar a taxa PIS/Cofins de 11,75%. Vale destacar que a mesma taxa, até o mês de junho, era de 9,25%, mas sofreu um aumento após outra MP sancionada pela presidente Dilma Rousseff. Assim, o impacto esperado para as compras do fim de ano, é ainda mais desastroso, segundo o presidente do Sindicato dos Lojistas de Salvador (Sindilojas), Paulo Motta, já que, sem alternativas, as revendedoras também irão repassar essa percentagem ao custo final do produto, penalizando o consumidor mais uma vez, enquanto este, por sua vez, já está receoso em fazer novos gastos. “Definitivamente haverá repasse, pois as lojas já estão com vendas a baixo da média, e não tem condições para arcar com custos novos. Em um momento que o consumidor se mostra tímido, o fim da desoneração influencia negativamente no preço de produtos que já estão sofrendo aumentos devido a alta do dólar”, explica Motta. Sem a desoneração, o preço de gadgets deverá aumentar entre R$ 50 e R$ 150, mas podem subir ainda mais, a depender do câmbio. Como muitas peças utilizadas na fabricação desses produtos são importadas, a valor da moeda americana influencia diretamente em seu custo final. Na Lei de Bem, estavam enquadrados diversos produtos fabricados no país, nos quais se destacam smartphones de até R$ 1.500 com apps desenvolvidos no Brasil; tablets de até R$ 2.500 com um mínimo de componentes fabricados em território nacional; desktops (apenas gabinete), de até R$ 2.500; laptops e kits de desktops (gabinete, monitor, teclado e mouse) de até R$ 4.000; modems de até R$ 200 e roteadores de até R$ 150. A esperança, segundo Motta, são as grandes redes varejistas, que, por ter um maior poder de barganha com seus fornecedores, podem negociar o preço final do produto sem encarecê-lo demais. Soma-se a isso, o fato de que essas grandes empresas já estão com estoques cheios, o que poderia abrir mais oportunidades para que as companhias explorassem as promoções. Ainda assim, o economista Armando Avena alerta que, mesmo essas grandes redes do varejo tendem a repassar aumentos para o consumidor, e que as promoções, apesar de mais frequentes do que nas lojas do segmento específicos, podem ser encaradas como uma exceção à regra. PESQUISA No ambiente mais desfavorável, encontram-se justamente as lojas que trabalham com a venda de computadores, tablets e smartphones, entre outros artigos de informática.

Mas, se por um lado, esses estabelecimentos possuem menos poder de barganha, por outro, elas acabam oferecendo mais opções de notebooks ou tablets para o consumidor, diferentemente do grande varejo. Por este motivo, a pesquisa de preço será fundamental, tanto para aqueles que desejam aproveitar o último mês da desoneração sobre os importados, quanto para aqueles que só poderão compra-los a partir de dezembro. Segundo Avena, o melhor a fazer neste momento, é informar-se com os vendedores sobre o tipo de produto que o consumidor está procurando, e quais atendem melhor suas necessidades. “Não faz sentido comprar um aparelho muito caro, quando o consumidor não necessita de todas aquelas ferramentas, e poderia, sem qualquer problema adquirir produtos mais em conta”. Mesmo depois de escolher aquele smartphone, tablet ou computador que melhor se encaixa no perfil do consumidor, o economista orienta o uso de mecanismos de pesquisa para comparar preços. “Há sites e aplicativos que comparam valores de um mesmo produto vendido em diferentes lojas, e facilitam a vida do consumidor”, explicou Avena. (Tribuna)

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