EDITORIAL: DESÂNIMO DA SOCIEDADE

Há um desânimo claro da sociedade em relação à política. Desânimo e descrédito. Tem quem ache que todos os cofres públicos de Estados do País estão vazios. A maioria talvez pense assim. Mas há uma minoria robusta que não muda de opinião: há muito dinheiro à disposição de autoridades de todos os poderes, para que se mantenha a mesma estrutura corrupta, com ares de quem deseja um País novo e honesto.

O Brasil não faliu. É mal gerido e pessimamente cuidado. Convidativo à ladroagem. Está em dificuldades para a grande maioria, mas continua bondoso e aberto para os afortunados. Além disso, o País mantém o mesmo estilo sorrateiro de proteger quem financia e/ou alimenta a rede imensa de distribuição de propinas, para que se fortaleça os sugadores do dinheiro público e pisoteie uma população que sofre, passa fome, está sem emprego, mas torce em estádios de futebol e balança a bundinha em festejos juninos ou no período ilusório do carnaval.

A eleição de Jair Bolsonaro ocorreu como se fosse a última esperança de por a cabeça acima do lamaçal. Em três meses, ainda não há a menor perspectiva de que isso aconteça. Não há líderes confiáveis – em nenhum dos lados – e a cada dia se vê a agonia da tentativa de apresentar projetos e reformas para tirar o País do caos, mas sem mudar o velho processo de aprovação em troca de benesses.

Como disse o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM), o Brasil não dá mais para pagar altos salários em sua própria estrutura, para os privilegiados do Executivo e muito menos para o Judiciário, que ganha fortuna, inclusive através de penduricalhos com taxas sociais até para funeral que os ajuda a manter um nível excessivo de riqueza, que humilha

Não existe ‘nova’ política. Percebe-se um movimento em falso de uma “nova velha” forma de manter o status quo, com um tom de mudança. As reformas – mesmo bolsonarianas – não saem se não houver distribuição de cargos que favoreçam aos responsáveis por sua aprovação. Há necessidade de se pensar mais no “todo” do que “enforcar” uma minoria que já esgotou todos os seus esforços para viver em um mínimo de conforto e dignidade. O Brasil precisa castrar (para usar uma palavra da moda em Sergipe) os altos salários, nivelá-los à realidade da falência nacional e recomeçar a gerir um Brasil que proteja a quem não tem como sobreviver a uma crise moral e desumana que vivemos.

Por: Diógenes Brayner/Foto: Blog Alécio Brandão

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