Nesta segunda (12), os Correios anunciaram um plano para reverter o prejuízo de R$ 2,6 bilhões de 2024, com jornada de 6 horas, suspensão de férias, fim do home office e cortes de cargos comissionados, medida que contrasta com a expansão de serviços e infraestrutura dos últimos anos. A informação foi divulgada pelo G1.
As medidas de contenção contrastam com iniciativas recentes e algumas mais antigas de ampliação dos serviços oferecidos pela estatal. Desde 2017, por exemplo, está em funcionamento o Correios Celular. E ainda em 2025 está prevista a implementação do marketplace Mais Correios (veja detalhes dos dois serviços abaixo).
O plano prevê corte de 30% dos custos por meio de redução salarial voluntária, prorrogação do PDV e novos formatos de plano de saúde, além de convocar todos os funcionários ao retorno presencial em 23 de junho (salvo decisão judicial).
A estatal, busca economizar R$ 1,5 bilhão em 2025, além de captar R$ 3,8 bilhões em investimentos externos.
O déficit, quatro vezes maior que o de 2023, é atribuído à queda nas receitas com encomendas internacionais e ao aumento de gastos com pessoal.
Apesar do cenário, a estatal diz ter investido R$ 830 milhões em 2024, incluindo a compra de 50 furgões elétricos e 6.302 bicicletas para transição ecológica, segundo a reportagem.
Lançado em 2017, o Correios Celular oferece planos pré-pagos a partir de R$ 20, com benefícios como WhatsApp ilimitado, internet sem cortes por 30 dias e créditos acumulativos.
Operado em parceria com a EUTV (autorizada pela Anatel), o serviço já vendeu milhares de chips.
Planos como o Alô 40 (ligações ilimitadas) e o Alô 30 (2 GB de internet) são populares, especialmente em estados como Paraná, São Paulo e Minas Gerais.
No entanto, o serviço acumula 1.457 reclamações no Reclame Aqui (dados de 2024-2025), com 46% relacionadas a planos pré-pagos e 25% a problemas com chips, como dificuldades de ativação.
Segundo o portal de queixas de consumidores, a estatal resolveu 91% das queixas e mantém reputação máxima (nota 8.5/10) na plataforma, com 79% dos clientes dispostos a recomprar.
Usuários elogiam a facilidade de recarga (via app, SMS ou agências) e a ausência de cobranças ocultas, mas criticam a limitação de crédito para ligações.
Para diversificar receitas, os Correios lançarão em 2025 o marketplace “Mais Correios”, em parceria com a Infracommerce.
A plataforma usará a estrutura de distribuição nacional da estatal — presente em todos os 5.567 municípios — para oferecer fretes competitivos e entrega em regiões remotas, especialmente no Norte e Nordeste.
Na primeira fase, o foco será em grandes empresas, com opções de seguros e rastreamento detalhado.
Na segunda etapa, pequenos e médios empreendedores serão integrados, impulsionando a inclusão digital.
O projeto incluirá ainda um banco digital e serviços financeiros, fortalecendo o ecossistema de vendas.
O Portal iG entrou em contato com os Correios para saber sobre a continuidade ou não desses dois serviços, mas até a publicação desta matéria não houve retorno. (Vítor Hugo Girotto)
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