Fim da polêmica sobre o Proinveste. Por maioria, deputados rejeitaram os projetos do governo que pedia autorização para contrair empréstimos.
A Assembléia Legislativa rejeitou na manha desta quarta-feira (05), os três Projetos de Lei de autoria do Poder Executivo, que pedia autorização para contrair um empréstimo no valor de R$ 727 milhões junto ao Governo Federal, através de um programa criado pelo governo federal, o Proinveste.
Mesmo com os pedidos feitos pelos deputados da bancada do governo, para que a presidente Angélica Guimarães (PSC), não colocasse os projetos em votação, isso acabou não acontecendo. Por mais de uma hora, os governistas tentaram convencer a presidente a não colocar o projeto em votação.
O pedido de Francisco Gualberto era porque dois deputados da base aliada não puderam comparecer à sessão de hoje. O pedido feito por ele e pelo atual líder, deputado Gustinho Ribeiro, que também pediu para que os projetos não fossem votados não surtiu efeito. Os governistas queriam que os projetos fossem votados na quinta, quando segundo eles, os colegas aliados estariam presentes.
Os deputados Conceição Vieira e Luiz Mitidieri não estavam presentes hoje e por esse motivo Gualberto pediu o adiamento da votação. “Não é que os dois deputados sejam multiplicados por quatro, mas para que possamos ter as duas bancadas completas nesta Casa. Não tem como alterar o quadro. Amanhã os dois estarão presentes. Mitidieri mesmo doente virá. Mas quando o bom senso não vale mais, o ser humano está fracassado”, justificou o ex-lider do governo.
Como justificativa para colocar em votação os projetos, Angélica disse que “fui pressionada para colocar os projetos em votação. E sempre colocamos os projetos para serem votados na quarta. Então vou cumprir o regimento”, alegou a presidente.
E contrariando o pedido feito pelos governistas, a deputada presidente da AL, Angélica Guimarães colocou os projetos 149/2012, no valor de 160 milhões junto a Caixa Econômica Federal; projeto 148/2012, no valor de 400 milhões também junto a CEF e o projeto 160/2012, no valor de 160 milhões junto ao BNDES. Após as três votações que exige o regimento, para desespero da base aliada do governo, os três projetos foram rejeitados por maioria. Ainda durante a votação, o projeto 157/2012 que trata do orçamento do estado, os deputados aprovaram por unanimidade.
Confusão – Após o termino da votação, os ânimos começaram a esquentar. Gualberto fez um longo desabafo, e em todo momento acusou o senador Eduardo Amorim (PSC) de ser o responsável pela rejeição dos projetos. Muito irritado, Gualberto disse que “ele é desinteligente. Ele torce para quanto pior melhor. Ele está pensando em ser governador. Isso foi uma calamidade”, desabafou.
Em certo momento, Gualberto se irritou com o deputado Gilmar Carvalho e quase o impede de falar. Para Gualberto, Gilmar obedece ao “seu líder Eduardo Amorim”, desabafou Gualberto dizendo que “não é ninguém que vai pautar o que vou falar. Não é você Gilmar que vai pautar. Portanto não levar esporro de ninguém. Eu fiz apenas uma analise onde eu afirmo que sou liderado pelo governador Marcelo Deda mas se ele não quer assumir que é liderado pelo Amorim, é problema dele”, desabafou Francisco Gualberto revelando ainda que foi contra a aliança do partido com o senador Eduardo Amorim (PSC) para as eleições de 2010. Gualberto também revelou que não pediu voto para Eduardo.
Em seguida foi vez de Venâncio Fonseca falar sobre a rejeição dos projetos. “Esse governo do PT quebrou o nosso estado. Faliu esse estado. Agora quer levar um cheque em branco e nós não vamos dar. Da história política de Sergipe, todos os governos passados deviam 829 milhões de reais. De Marcelo Deda já tomou um bilhão e cinqüenta mil reais. Achando pouco ainda quer mais setecentos e vinte milhões de reais. Coincidentemente em 2010, no ano eleitoral o governo quebrou o estado. Cheque em branco nunca mais”, explicou Venâncio Fonseca.
Ana Lúcia também falou, ao ser citada por Venancio ao afirmar que a deputada havia votada em um projeto contrário ao governo. “O nosso agrupamento também tem posição. Eu me lembro que à época da campanha o deputado capitão Samuel me procurou para que juntamente com o vereador Iran Barbosa, a gente conversasse com o senador. Nós não aceitamos, porque o nosso agrupamento também não aceita”, comentou a deputado Ana Lúcia, afirmando que tudo sobre o projeto de empréstimo foi muito explicado para todos os parlamentares.
Munir Darrage/Faxaju
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